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24-05-2002 -
Noticia |
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Segurança 03 - O
Motociclo |
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Item fundamental para
andar de mota ... é a mota, claro está. E a
mota, quando nela rolarmos, constituirá um elo
fundamental da nossa ligação à vida. Não apenas
pela positiva através do prazer e do sentido de
satisfação e realização pessoal que nos
transmite a sua condução mas também pela
negativa, através da possibilidade de contribuir
activamente para pôr termo à nossa
vida.
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É verdade que um
automóvel também pode desempenhar esse papel
porém, a moto constitui um risco bem maior.
Bastará pensar nas condições de equilíbrio e na
exposição do corpo do condutor para se fazer uma
ideia daquilo que está em jogo.
E é por
dela dependermos tão estreitamente que não
podemos descurar a sua forma física ( tal como
não podemos descurar a nossa ). Poderá parecer
um exagero e um grande aborrecimento, aquilo de
que vos falarei em seguida, mas podem ter a
certeza que é como tudo, uma questão de hábito.
Depois de interiorizado passa a natural e não
custa nada.
Trata-se das verificações
que devemos efectuar à nossa “menina”. Quem
ainda não deitou fora o livrinho do fabricante
pode ir (re)lê-lo porque está lá tudo. Algumas
verificações são, todavia, obrigatórias sempre
que nos propomos montá-las. Mesmo para os que
andam todos os dias do ano de moto e apenas pelo
ruído e pelo cheiro sabem a quantas ela anda, há
pormenores que não podem ser descurados.
Pneus –
Quantas vezes olhamos, com olhos de ver, para os
pneus? Pois a resposta deveria ser - todos os
dias. Especialmente todos quantos circulam
habitualmente em partes da estrada que acumulam
lixo ( não devo dizer bermas porque o Código da
Estrada não permite a circulação em tais partes
). É tão fácil ter pedaços metálicos ( pregos,
parafusos, pedaços de corta-unhas, tiritas ... )
enfiados num pneu que aí se aguentam durante
dias até que começam a provocar danos e perda de
pressão de ar. Ora os pneus são tudo o que temos
para nos agarrarmos ao asfalto. Se eles falham,
falha todo o resto por arrastamento. Procurar
por danos no pneu ( objectos espetados e rachas
na borracha ) ou zonas de desgaste mais
acentuado, verificar a altura do perfil, a
pressão atmosférica, condição das válvulas ( os
pipos ). O pneu de trás gasta-se a um ritmo
superior que o da frente ( sensivelmente o dobro
) pelo que será substituído antes deste. Não
esquecer da compatibilidade entre pneus. O ideal
será ser do mesmo modelo. Se não gostar do
modelo que tem actualmente instalado talvez,
ainda assim, seja preferível esperar pela
próxima muda ( quando mudar os dois ). Também
neste capitulo se puder gastar um pouco mais a
comprar um pneu melhor, não hesite;
Travões
– Fundamentais ao acto de travagem, necessitam
estar sempre em boas condições as respectivas
pastilhas ( nunca deixar o metal das pinças
morder os discos por desgaste das pastilhas ).
Verificar também o nível do óleo dos travões.
Verificar ainda a possível existência de ar no
sistema ( quando a manete ou o pedal apresentam
uma resistência fraca e/ou esponjosa ao aperto
). Se tal acontecer será necessário sangrar o
sistema. Verifique ainda o estado dos discos de
travão, quanto mais irregular for a sua
superfície mais difícil será travar;
Corrente de transmissão – deverá
apresentar-se com a tensão correcta e estar bem
lubrificada ( existem vários tipos de óleo em
spray para correntes mas ainda não descobrimos
nenhum com o poder de aderência da massa
consistente );
Motor –
verificar nível do óleo, mas não deixar de
prestar atenção à carburação. Se notar desafino
não deixe que o problema aumente.
Luzes – tão importantes como
todas as coisas importantes as luzes deverão
estar sempre em boas condições de funcionamento
e visibilidade. Cuide da sua limpeza exterior,
do correcto ajuste de médios e máximos, de
nenhuma estar fundida.
Suspensões – ajustáveis para cada
nível de carga ( não é igual circular sozinho ou
ir de viagem com pendura e bagagem ) não devem
apresentar folgas ou atrasos na recuperação. Uma
suspensão deficiente boicota a melhor das
travagens.
Se for de
viagem terá de fazer estas e ainda outras
verificações sendo de todo em todo conveniente
uma passagem pelo mecânico para uma revisão dos
estado geral do motociclo ( incluindo os apertos
de todas as porcas e parafusos ). Não esqueça
analisar o próprio chassis ( especialmente se
sofreu algum acidente com ela ) em busca de
torções e/ou rachas. Verifique a buzina, os
pisa-pés e ainda os descanços, lateral e
central. Já agora, convinha que a caixa das
mudanças funcionasse bem ( não se importa de
verificar ?). Por último, que não é último pois
há sempre mais verificações a fazer como a de
todo o sistema eléctrico e sua cabelagem,
verifique se todos os controles funcionam.
Pronto, siga viagem ...
Jorge
Macieira
Advogado, Mediador de Conflitos e motociclista
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