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24-09-2002 -
Noticia |
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Segurança 33 -
Condução Urbana II |
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O stress e a
frustração são bons catalizadores para
comportamentos anti-sociais e agressivos. É de
esperar tudo, especialmente o imprevisível.
Desconhecendo as intenções e as condicionantes
dos outros condutores há que evitar, evitar,
evitar. Algumas situações envolvendo motos e
automóveis são típicas e universais e todos os
tratados se lhes referem.
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Situação I “O melga”
(carro que nos segue de forma estacionária por
certo tempo e que no momento em que mudamos de
faixa, supondo uma avenida com várias, faz igual
mudança). Convém avistá-lo com muita
antecedência de forma a inequivocamente anunciar
a nossa intenção de mudança de faixa, para o
deixar passar ou acelerar (se seguro) de modo a
quebrar a proximidade. Especialmente de noite
evitar esta situação (pode ser o primeiro passo
para um assalto ou uma brincadeira de mau
gosto).
Situação II “O distraído” (carro
lento à nossa frente – eventualmente errático –
como que procurando uma direcção e que
subitamente vira e nos corta a passagem) Não
passar por ele junto a intersecções. Colocar-se
atrás dele a 2 segundos, dar-se claramente a
conhecer e com a certeza de ter sido visto
ultrapassar em segurança.
Situação III
“O atrasado” (numa circular o carro que vem a
velocidade elevada na faixa do meio ou da
esquerda quando nós circulamos na da direita e,
junto a uma saída, trava e bruscamente muda de
direcção para apanhar a saída, cortando a nossa
trajectória ocupando o nosso espaço)
Prevenir sempre esta possibilidade na
cercania de qualquer saída. Scanar a área e
mudar de faixa se possível. Atenção ao facto de
circular no ponto de visibilidade morto dos
espelhos retrovisor e laterais do automóvel (ao
lado, ligeiramente recuado em relação a este,
mais ou menos a alturas do rodado traseiro). Se
não vir a cara do condutor em nenhum espelho,
ele também não o está a ver.
Situação IV
“O zig-zag” (automóvel que circulando na faixa
da direita muda para a do meio exactamente no
mesmo momento em que nós, vindos da faixa da
direita íamos ocupar esse espaço em
ultrapassagem a um carro mais lento à nossa
frente) Prevenir a possibilidade de outros
terem a mesma ideia, scanar a área e avançar
antes ou depois dele. Sinalizar a manobra bem
antes de mudar de faixa e dar aquela rápida
olhadela pelo canto do olho virando a cabeça ao
máximo (os nossos espelhos não apanham a 3ª
faixa à esquerda).
Situação V “O
snifador” (carro que segue atrás de nós a curta
distância ou que se aproxima a velocidade
superior à nossa) Prevenir que possa não
estar atento à nossa velocidade e/ou luz de
travão quando necessitarmos abrandar. Acelerar
para ganhar alguma distância e usar a luz de
travão com vários pequenos toques na manete que
acendam a luz quando desacelerar. Quando estiver
sozinho num semáforo (sem ninguém atrás) em piso
horizontal não deixe de dar estes toques para
acender e apagar a luz de travão – sem usar o pé
– até que um veículo pare atrás e sirva de
protecção. Uma luz intermitente chama sempre
mais a atenção que uma luz fixa ainda que viva.
Situação VI “O traseiras” (em zona de
parqueamento em espinha ou veículos estacionados
no passeio o automóvel que sai de traseira e não
nos vê) É de prever, em qualquer local onde
um veículo esteja estacionado que irá em algum
momento mover-se. Em zonas de estacionamento
pago, essa presunção é natural, assim como a de
não nos verem porque tapados pelos outros. Não
passar rente à traseira de veículos estacionados
sem a maior atenção aos sinais (condutora entrar
em automóvel, tubo de escape lançando fumo,
luzes de travão que acedem com brevidade, etc).
Circular a velocidade consentânea com travagem
abrupta.
Situação VII “O
básico” (carro que circulando em sentido
contrário ao nosso vira à esquerda cruzando o
nosso caminho, haja ou não semáforo) É o
exemplo típico e mais frequente de acidente.
Prever e prevenir. Monitorizar atentamente todos
os sinais e linguagem corporal de veículo e
condutor. Adaptar velocidade que possibilite
paragem de emergência.
Situação VIII “O
básico escondido” (igual ao anterior mas com a
circunstância de ele ou nós circular atrás de um
pesado) Nunca, mas nunca, circular atrás e a
curta distância de pesados. A nossa visão está
bloqueada e a do condutor também. Veja e seja
visto. Por outro lado prevenir que na cola de um
pesado possa circular outro veículo encoberto
pronto a asneirar.
Situação IX “O
atacante” (carro que vindo de uma artéria à
nossa direita se encontra imobilizado e, de
repente, à nossa passagem, empreende entrada na
via da esquerda da artéria onde circulamos
intencionando o sentido contrário) Pode ser
que não nos veja, pode ser que nos veja mas não
avalie a nossa velocidade, pode ser... Topar as
intenções do condutor tomando atenção à
linguagem corporal e pneus do veículo. Assinalar
a nossa presença com toque de máximos. Nunca
presumir que nos viu ou que não vai avançar.
Jorge
Macieira
Advogado, Mediador de Conflitos e motociclista
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