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12-07-2002 - Noticia
Segurança 15 - Visão – Perigos fixos
Click para ampliarConduzindo, na nossa busca incessante de recolha de informação, em que utilizamos primordialmente a visão, procuramos identificar todo o tipo de facto, acaso, circunstância, obstáculo que possa apresentar perigo. Apresenta perigo tudo o que possa influenciar negativamente o nosso curso de condução provocando o acidente.

Por conveniência de sistematização classificamo-los como perigos fixos e perigos móveis. Vamos atentar um pouco agora, se bem que sem intenção de enumeração exaustiva nos perigos fixos:

Piso – principal fonte de perigo a que deve ser dada muita atenção. A segurança do motociclista depende em primeiro lugar do equilíbrio do seu condutor (que é um dado que damos como adquirido) e em segundo lugar do grau de aderência que a borracha dos pneus oferece em relação ao solo. Diferentes tipos de piso oferecem condições de aderência diferentes. Asfalto novo é bom mas com a idade pode adquirir um aspecto vidrado indiciador de quebra de propriedades. A reter, a ideia de diferenças de coloração do piso poderem corresponder a alterações das condições de aderência. Também outros agentes alteram a aderência.

Gelo ou neve – diminuem consideravelmente a aderência. Em caso de distribuição desigual de superfície gelada e não gelada o perigo aumenta pois a entrada em qualquer uma dessas zonas traduz uma alteração radical nas condições de aderência. Qualquer erro de aceleração ou de travagem podem revelar-se fatais. Ter especial atenção às zonas de maior concentração como as depressões no terreno e as áreas sombreadas.

Click para ampliar Água – tal como o gelo e a neve apresenta elevado grau de perigosidade. Por um lado, possibilidade de hidroplanagem se a capacidade de escoamento da água pelo pneu for, em dado momento, esgotada. De muito difícil controlo. Por outro lado há que ter em atenção que o que parece uma simples poça de água pode na realidade ser um buracão.


Tampas, juntas e coberturas metálicas – qualquer estrada ou avenida conta com inúmeras tampas de colectores (bueiros) metálicas, qualquer ponte, viaduto ou estrada elevada tem pontos de dilatação controlados por juntas de dilatação metálicas, algumas bastante largas, qualquer empreiteiro tem a tendência para cobrir o buraco da sua obra em curso com uma chapa de aço, todas, especialmente em condições de humidade muito escorregadias. Evitar travar e mesmo curvar em cima de tais adereços. Se possível, desfazer a curva imediatamente antes da passagem e retomar a inclinação depois.

Click para ampliar Combustível – todos os derivados do petróleo são, por natureza, viscosos. Até para o motociclista apeado apresentam perigo de derrapagem. Especial atenção nas áreas de serviço de abastecimento, curvas apertadas, entradas e saídas de auto-estradas e vias rápidas, entradas e saídas de áreas de camionagem. Possível detecção pela aura irisada (gasolina e gasóleo) ou mancha escura (óleo) que deixa no asfalto. Porém, qualquer mancha de óleo do tamanho de uma moeda de cinquenta escudos pode ser suficiente para possibilitar a derrapagem (é só questão de travar em cima dela).

Trilhos metálicos de comboio ou de eléctrico – perigosos para todos os motociclos mas especialmente para os de menor porte, não apenas pela aderência nula que oferecem (especialmente em condições de humidade) mas pela brusquidão da alteração das condições de aderência quando se passa do asfalto para eles e ainda pela diferença, por vezes muito acentuada, do seu relevo (alto ou baixo) em relação ao restante piso.

Buracos, valas e outras depressões – buracos que abrem como que por geração espontânea, remanescências de valas que foram abertas e tapadas mas não mais asfaltadas, zonas de afundamento de terreno ou de moldagem do asfalto por acção dos veículos pesados, causam não apenas o sobressalto da pancada da jante no terreno, o esforço das suspensões como exigem acrescida prestação ao pneu de novo em contacto com o asfalto.

Click para ampliar Tinta de delimitação da berma de estrada, de zebras de passadeira – especialmente em condições de humidade - é especialmente escorregadia. Evitar passar e, sobretudo, travar em cima dessas zonas.

Areia, cascalho, terra, folhas – tudo materiais que criam uma separação do pneu com o asfalto e não oferecem, por si, qualquer aderência, especialmente em condições de humidade.

Perante todos estes e outros condicionadores ou diminuidores da capacidade de aderência a atitude deverá ser a mesma embora em grau diferente a julgar conforme o caso: adequação da condução às condições. Velocidade diminuída e controle do motor (através da caixa de velocidades) antes de atingir essas áreas é prioritário. A manutenção de uma velocidade constante quando em trânsito sobre essas superfícies exigindo o menos esforço possível da capacidade de aderência dos pneus é fundamental. Curvar com a menor inclinação possível, compensando com o corpo através das técnicas de contrapeso próprias da condução desportiva. Acelerar e travar com grande suavidade e com igual esforço de travões dianteiros e traseiros, evitando grandes deslocações de massa para a frente ou para trás.

A estes, que dificultam a condução, acrescem os obstáculos que a impedem totalmente e que podem encontrar-se à saída de qualquer curva.

Veículos estacionados – por avaria, estupidez ou qualquer outro motivo (o motivo que importa, está lá e é perigoso para nós) à saída de uma qualquer curva pode estar um veículo estacionado, ocupando total ou parcialmente a faixa de rodagem. Seja na mais modesta das estradas municipais seja na mais fina das auto-estradas desde um TIR a um “dois cavalos” pode estar à nossa espera (tantos que já morreram assim).

Pedras, árvores, postes – especialmente após trovoadas e grandes bátegas de água é natural encontrar em plena faixa de rodagem os vestígios da fúria dos elementos.

Obras, barreiras, desvios – em Portugal a sinalização não é, apesar do estatuído no Código da Estrada, uma realidade senão deficiente. Não é novidade encontrar qualquer um destes tipos de obstáculo absolutamente de surpresa (é importante estar preparado para as surpresas).

Asfalto penteado – por falar em obras, atentem que a operação de renovação de um piso asfaltado passa por remoção de boa parte do anterior e pelo pentear da cama para a nova camada. Este estado de piso (caracterizado por se encontrar todo aos altinhos e baixinhos no sentido da faixa de rodagem) é dos mais perigosos para veículos de duas rodas causando uma instabilidade medonha.

Click para ampliarPrumos de Rails de protecção desprotegidos – não são obstáculo que se encontre no meio da estrada mas são muito de ter em conta caso circulemos numa estrada ladeada pelos queridinhos. Os cantos dos prumos de sustentação dos Rails actuam como autênticas laminas de cortar fiambre cortando ou contundindo para além de reparação possível qualquer parte de um corpo humano que em deslize (após uma queda no asfalto) a partir de 35 Km/hora (sim, só 35 Km/h) neles embata. Quando os vir, tenha especial precaução. Proibido cair!!!

A própria curva – para muitos a própria razão de ser do andar de moto, a curva pode ser o pior pesadelo quando por inadvertência, excesso de confiança ou erro de cálculo a velocidade e a trajectória não foram bem calculadas (porque o que parecia uma curva aberta de repente se tornou num cotovelo cerrado ou onde se julgava ir surgir uma recta prazenteira surge uma contracurva apertada).

Todos estes perigos supõem, como atitude de controlo da condução, a adopção de uma velocidade consentânea com o estado do piso e a paragem quando o obstáculo se revele intransponível. Por último uma palavra apenas para um pormenor que tem bastante influência no grau de aderência das borrachas ao asfalto – a temperatura. Se bem que hoje em dia os pneus são fabricados com compostos de uma qualidade muito superior de há alguns anos, ainda assim, um pneu frio não oferece a mesma tracção que um pneu quente. O pneu, ressalvadas todas as diferenças entre pneus duros e pneus moles, pneus de chuva e pneus slicks, está concebido para oferecer um nível de aderência óptimo a quente. Os pneus aquecem com a rotação sobre o asfalto. É de toda a conveniência rodar moderadamente durante alguns quilómetros antes de querer atacar afoitamente as curvas. E se o pneu for absolutamente novo, muita atenção. Os primeiros quilómetros são essenciais. Não apenas cumpre deixá-los aquecer como também permitir um pequeno desgaste para que a sua superfície perca o lustro de pneu novo e surja a aderência.

Jorge Macieira

Advogado, Mediador de Conflitos e motociclista

Advogado Moto-Lex Bonus Pater familias Boletim Facebook Google +

Índice
01 - Paixão e prevenção
02 - O motociclista
03 - o motociclo
04 - Atitude
05 - Concentração e percepção I
06 - Concentração e percepção II
07 - Conforto I (posição de condução)
08 - Conforto II (Frio)
09 - Conforto III (Calor)
10 - Conforto IV (Vento)
11 - Conforto V (Chuva)
12 - Visão e percepção
13 - Ver e ser visto
14 - Sinalização
15 - Visão - Perigos fixos
16 - Visão - Perigos móveis
17 - Raciocínio e prevenção
18 - Negociação (decisões, decisões...)
19 - Aceleração
20 - Travagem
21 - Travagem II (a redução)
22 - Ultrapassagem
23 - Curva
24 - 2 segundos para uma vida
25 - Condução em grupo
26 - Bagagem
27 - Velocidade
28 - Condução com pendura
29 - Acidente - que fazer ? (o próprio)
30 - Acidente - que fazer ? (os outros)
31 - Condução nocturna
32 - Condução urbana I
33 - Condução urbana II
34 - Viagem
35 - Situações de perigo
36 - Armadilhas urbanas
37 - As motos também se deitam (e levantam)
38 - O furo da minha vida
39 - Prendam essa moto
40 - As mais estúpidas idas ao tapete
 
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