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09-10-2002 -
Noticia |
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Segurança 36 -
Armadilhas urbanas |
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Existem muitas,
muitas. Trataremos sucintamente de algumas, como
é o caso da aproximação a um semáforo fechado. A
nossa especial mobilidade permite-nos circular
entre as faixas do trânsito com relativa
facilidade e não é o facto de ser perigoso ou
ilegal que vai alterara realidade. Bastas vezes
conseguimos chegar à primeira linha de trânsito
que se acha parado em obediência a semáforo
encarnado.
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Por vezes tivemos de
circular na faixa contrária ou na BUS para
chegar lá à frente e quando lá chegamos a
tendência é para sair daquela de onde vínhamos
embicando ligeiramente para a que tencionamos
ocupar. O momento da aproximação final é
crucial. O grande perigo é quando embicamos a
20% e nos colocamos à frente de outro veículo
corremos o risco de o seu condutor não nos ter
ainda visto e o verde cair nesse preciso
momento. Se esse veículo, cuja frente iríamos
ocupar, arrancar naquele segundo fatal, a
colisão é uma boa hipótese.
Aproximação a semáforo aberto que
fecha com carros à nossa frente. Que vos
posso dizer? Prevenide, prevenide, prevenide.
Quer dizer prevei que qualquer semáforo possa
fechar e que qualquer carro possa travar seja
com o vermelho seja ainda com o laranja.
Rua de sentido único. Ainda que
saibamos que aquela pequena rua que vamos cruzar
é de sentido único e que ele é para jusante
existe sempre a possibilidade de dela emergir
qualquer veículo circulando em violação do
Código da Estrada.
Peões.
Sempre que o trânsito abranda por meio segundo,
o fluxo de veículos apresenta um hiato de alguns
metros ou alguma das faixas se imobiliza (ainda
que sejam várias e as outras mantenham o seu
fluxo) podem ter a certeza que um peão afoito
emergirá cruzando a rua. É fatal como o destino
e parece terem especial apetência para cruzarem
mesmo antes de autocarros e outros veículos
altos que nos tapam a vista. Super atenção é
requerida. Monitorizar visualmente a zona à
frente do rodado dianteiro e por baixo da
dianteira de qualquer veículo alto o suficiente
para nos tapar a visão, buscando um qualquer par
de pés é recomendável, assim como a redução da
velocidade.
Automóveis com o pisca
ligado. Não presumir de imediato que é para
aí que o veículo vai. As hipóteses de distracção
e de o pisca se referir a qualquer viragem
anterior ou a accionamento por azar do destino
são consideráveis. Observar se os outros sinais
são consentâneos com essa declaração de
intenções antes de a aceitar por boa e exacta.
Circulação na faixa BUS. É
proibido, já sabemos. Porém, vemos quem o faça.
Não constituindo esta um encorajamento a que a
utilizem, quando for a vossa vez de prevaricar é
bom ter a consciência de que a faixa não é nossa
e, portanto, não devemos incomodar quem a ela
tem direito e que a qualquer momento um desses
veículos, circulando nas outras faixas pode
escolher circular na BUS e aparecer-nos pela
frente quando não obrigar-nos a ir contar as
pedrinhas do passeio (inadvertidamente, claro).
Além de que muitos outros automobilistas tomam
as suas urgências pessoais como fundamento
suficiente para a utilização destas faixas e
portanto, a qualquer momento qualquer veículo
nos pode surgir pela frente, cortar a nossa
trajectória ou apertar para fora da faixa.
Arranque em
semáforo. Sendo que conseguimos chegar,
invariavelmente, à pole position, o
arranque a queimar o verde pode revestir-se de
alguma fatalidade. Não esqueçam nunca que um
grande número de condutores não tem qualquer
escrúpulo em queimar um encarnado (o tradicional
“verde tinto”) e que as hipóteses de um encontro
do 3º grau são elevadas. Ainda que levem umas
apitadelas, não arranquem sem ante se
assegurarem que não vem ninguém a queimar coisa
alguma.
Ao invés quando aceitarem
queimar um laranja (o tal que devia ser para
travar mas a maioria transforma numa ordem para
acelerar) daqueles em que ainda divisamos o
vermelho, lembrem-se que há muito menino que
arranca antes do verde, logo que julgam ver o
vermelho para os outros.
Outros
motociclistas. Nem tudo são rosas entre
motos e motociclistas. Como em todo o grupo de
pessoas, existem indivíduos para todos os gostos
e alguns conduzem mal e outros têm caracteres
que os deveriam impedir de andar de moto. Os
princípios da solidariedade e do estar “motard”
têm razão de ser e devem ser cumpridos. Porém,
não julguem que muito condutor em moto
compartilha as vossas ideias e vos respeita.
Cautela portanto, especialmente nos grandes
centros urbanos.
Partilha de
faixa. É certo que muitas vezes fomentamos
essa prática nos nossos avanços por entre o
trânsito. Porém trata-se de uma prática pouco
segura. Quem não nos diz que o automóvel à nossa
esquerda (ambos estamos na da direita) não irá
esquecer-se de nós e virara à direita,
empurrando-nos ? A posição ideal é à frente
dele. Com os cuidados necessários à travagem em
semáforo, evite, se puder, partilhar a sua
faixa. Não é tanto por puro egoísmo como por
espírito de sobrevivência.
Semáforo
preso. Não é muito comum mas sucede. Por
vezes o sistema avaria e prende num contínuo
vermelho que, se for respeitado, levará ao
nascimento de fungos debaixo das rodas. Claro
que mais tarde ou mais cedo alguém avançará mas,
quando for a sua vez, lembre-se que os que vêm
da luz verde ignoram a avaria e estarão
convencidos que V. é apenas mais um f. de p. que
desrespeita sinais de trânsito. Isto se o virem.
Jorge
Macieira
Advogado, Mediador de Conflitos e motociclista
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