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13-09-2002 -
Noticia |
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Segurança 31 -
Condução nocturna |
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A condução nocturna
encerra algumas especialidades em relação à
diurna e convém delas estar consciente afim de
manter o nível de segurança que lhe queremos
emprestar. Devemos usar apenas protecção ocular
clara e mantê-la limpa e isenta de riscos. Aos
nossos olhos é exigido um esforço acrescido e
tudo o que pudermos fazer para o minorar é
positivo.
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Por causa deste esforço
a condução nocturna é mais fatigante. Parar para
descansar com mais frequência deve fazer parte
dos nossos planos. Evitar álcool e fumo. Não
agravar o desgaste com situações de desconforto.
Usar melhor roupa e protecção é aconselhável.
O relógio
biológico tem exigências que, por vezes,
conflituam com a nossa vontade. Se pretendermos
iniciar uma viagem como por exemplo para ir à
nossa concentração favorita, a uma sexta-feira,
depois do dia de trabalho, é natural que o
cansaço acumulado da semana faça a sua entrada
na equação. Um pequeno truque será conceder-se
uma pequena sesta antes de se fazer à estrada.
Evita o trânsito do fim do dia e concede algum
descanso ao corpo antes do esforço que lhe irá
pedir. Mas não force a parada. Se antes ou
durante sentir sono e os olhos pesados, não
continue. Pare e exercite os músculos. Se a
fadiga permanecer, pare de vez. Não tente o
destino.
Porque a visão adquire uma
importância acrescida devemos protegê-la de
todas as agressões. Falo particularmente do
encadeamento. Este fenómeno prende-se com o
tempo que o nosso sistema de visão demora a
adaptar-se a novas condições de iluminação.
Assim, ao sair de áreas iluminadas para entrar
em zonas escuras ou ao cruzar-se com outros
veículos, demoraremos algum tempo até recuperar
toda a percepção do meio que nos rodeia. Esses
instantes são particularmente perigosos, como é
fácil de atingir.
Os profissionais da
estrada, mormente camionistas, tem técnicas,
ditadas pela experiência como usar óculos
escuros nas áreas iluminadas como restaurantes e
áreas de serviço, o que lhes permite manter
sempre o esforço de visão estável. Em plena
condução, porém, nós não podemos por e tirar
óculos e, portanto, ao passarmos de uma área
iluminada, como uma portagem por exemplo, para
uma zona escura, devemos adaptar a nossa
velocidade, reduzindo-a o necessário para que
seja seguro continuar em andamento. Devemos
evitar, a todo o custo, ficar encandeados pelos
faróis dos automóveis com que nos cruzamos. Uma
solução de recurso consiste em olhar para a
linha delimitadora da berma e deixar que a visão
periférica tome conta da área à nossa frente.
Com o cuidado, contudo, de não fixar a berma de
tal maneira que a moto embique para aí.
As luzes dos
outros veículos não são apenas um perigo, antes
podendo constituir uma ajuda à nossa condução.
Preciosas indicações podem ser retiradas dessas
luzes, dianteiras e traseiras e devemos utilizar
essas indicações na nossa condução. Prevenindo o
efeito hipnótico das luzes vermelhas traseiras
do carro que nos preceda podemos antecipar, pelo
seu movimento, as condições do asfalto e a
severidade do grau de uma curva ou a inclinação
de uma lomba. Assim também as luzes dianteiras
podem iluminar-nos o caminho. Tudo sempre desde
que as não fixemos em demasia.
Ao
seguirmos um outro veículo devemos, à cautela,
aumentar a distância de segurança para o dobro.
Os dois segundos que normalmente asseguramos
devem tornar-se quatro e as ultrapassagens devem
ser empreendidas mais cedo que de dia, isto é a
maior distância. Devemos evitar encandear os
outros usando os médios quando com eles nos
cruzamos e também quando ultrapassamos. Nesta
manobra os máximos devem ser accionados apenas
para assinalar a nossa presença e utilizados
apenas depois de meia ultrapassagem estar
completada. Os médios devem ainda ser utilizados
nas zonas urbanas bem como nas áreas onde se
revelam de maior eficácia como curvas à direita
e lombas ou em condições de chuva, neve e
nevoeiro. Será bom compreender que de noite o
cálculo das distâncias e a avaliação da
velocidade que os outros fazem ainda é de menor
qualidade que durante o dia. O condutor de um
pesado (um TIR, por ex.) não será capaz de
perceber a que distância estamos realmente e, se
formos mais do que um, é possível que não se
aperceba de quantos somos. Uma ultrapassagem a
um pesado, de noite, deve ser abordada com
cautelas acrescidas e assegurando-nos de que o
fazemos com perfeito conhecimento do condutor do
pesado.
A noite é
coito de toda a sorte de gente. Uns
mal-intencionados ou simplesmente com um sentido
de humor deslocado podem escolher-nos para as
suas brincadeiras. Aplicar especial precaução em
evitar ser alvo desta gente. Não permita a
condução em situação estacionária em relação a
outros veículos e empreenda manobras evasivas
para evitar essas proximidades. Altere a
velocidade e mude de rota se necessário ou
utilize outros veículos como escudo.
Jorge
Macieira
Advogado, Mediador de Conflitos e motociclista
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