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01-10-2002 -
Noticia |
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Segurança 34 -
Viagem |
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Uma viagem é sempre
fonte de excitação e antecipação de prazeres
prometidos. Ao pensarmos e planearmos uma viagem
cumpre-nos fazê-lo de tal modo que não se
transforme em pesadelo. A lógica é esta: se
pretendemos no período da viagem que tudo seja
apenas desfrute de montada, companhia, locais,
então todo o resto deve já estar planeado,
previsto, tratado.
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Muito antes de
partirmos devemos começar por conhecer os locais
ou países que iremos visitar ou simplesmente
atravessar. Costumes, leis (estradais
principalmente), locais de pernoita, oficinas de
reparação acreditadas pela marca da nossa
menina, mapas actualizados, tudo são pormenores
a considerar.
A revisão da
máquina deverá estar feita em altura que nos
permita rolar alguns dias sobre ela antes da
viagem. Nem tudo vem sempre bem de uma revisão.
É conveniente dar algum tempo para perceber se a
afinação dos carburadores foi a indicada, se a
suspensão ficou equilibrada, os travões a travar
no ponto que escolhemos. Em viagem não pode
haver mais surpresas que aquelas que, realmente,
são imprevisíveis.
Conseguir a previsão
meteorológica para o período da viagem é
obrigatório até porque pode influir
decisivamente no trajecto escolhido e na ordem
da viagem. A carga deve ser cuidadosamente
planeada para o mais leve possível.
Muitas vezes descurada é a cobertura,
efectiva e correcta, de acidentes e avarias
mecânicas através de um seguro capaz que inclua
assistência em viagem. Especialmente se for em
grupo o azar de um pode estragar as férias de
todos. Além de que qualquer repatriação é
caríssima. Sem cobertura de seguro podem ser
umas férias para esquecer.
Já falámos na
utilidade dos telemóveis mas, recentemente,
tomei conhecimento de um por menor
importantíssimo. Na estrada por muitos dias,
sabe-se lá dormindo onde, nem sempre tomamos a
devida conta das baterias desses pequenos
aparelhos. Um elemento que se pode tornar de
inestimável valia é uma ligação à bateria e um
carregador de isqueiro. Assim, não será por
falta de bateria que falhará o pedido de auxílio
e as chamadas de emergência são, normalmente,
realizáveis independentemente até de possuir um
chip inserido.
Uma dica dão os
especialistas que normalmente não seguimos:
evitar cidades. Se não forem o nosso destino ou
ponto de passagem obrigatório, evitar. As
possibilidades de acidente são enormemente
potenciadas nesses ambientes.
Algo há a
aprender, em termos de velocidade de cruzeiro,
com os camionistas de longo curso. Já repararam
como enquanto nós aceleramos que nem doidos
tentando quebrar o recorde da Hayabusa, ao
pararmos para reabastecer vemos passar sempre os
mesmos camiões? Já pararam para pensar porquê? É
que eles não param. Bem sei que têm uma
capacidade de depósito de combustível
enormemente superior mas já atentaram na
diferença de consumos das nossas meninas entre a
condução nos limites legais e a outra?
Ora, em viagem
não é suposto haver pressa. Ainda que existam
horários para cumprir eles não devem, de forma
alguma, constituir a premissa da desgraça.
Lisboa – Istambul em dois dias, não é razoável e
não são, de certeza, férias. Férias não é entrar
para o Guiness. A única história que queremos
das férias são as que contam as nossas máquinas
fotográficas ou de vídeo. Então, porque não
estabelecer velocidades de cruzeiro compatíveis
com a poupança de combustível. Quanto menos
paragens mais depressa se atinge a meta. Diz o
povo e com razão “devagar que tenho pressa”.
Além de que, a menor velocidade, mais poderemos
gozar o meio envolvente. A propósito de horários
e metas a atingir, capital é não ultrapassar a
capacidade de esforço dos condutores. Ainda que
nos primeiros dias a capacidade de cobrir
distancias seja elevada ao fim de um par de dias
ela decresce rapidamente. E um condutor cansado
é um condutor diminuído. Daqui ao acidente é uma
penada.
Jorge
Macieira
Advogado, Mediador de Conflitos e motociclista
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