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06-08-2002 - Noticia
Segurança 21 - Travagem II ( a redução )
Click para ampliarAo longo de toda a nossa vida motociclistica vamos ter como constante o cálculo do equilíbrio das forças a exercer na manete e pedal de travões dianteiro e traseiro. Cada situação é diferente da outra e a cada piso, a cada pneu, a cada temperatura de pneu, a cada velocidade, assim a repartição de forças entre frente e trás.

Click para ampliarA pensar na optimização do esforço de travagem por parte dos condutores muitas máquinas vêm equipadas ou oferecem como extra o sistema de travagem ABS. Este sistema, que como tudo na vida tem vantagens e inconvenientes, através do controlo computorizado dos travões não permite o bloqueio da roda. O bloqueio dá-se quando a roda pára totalmente enquanto ainda persiste inércia cuja força é superior ao poder de tracção do pneu. A consequência é a derrapagem que em 99,9% dos casos redunda em queda. Talvez que o ABS consuma na travagem um pouco mais de metros do que gastaria um muito bom condutor em idênticas circunstâncias mas, quem é que é muito bom condutor?

Tentando compensar os erros de doseamento de esforço por parte do condutor, alguns fabricantes apresentam um sistema de travagem dual, i.e., a ambas as rodas, por accionamento apenas de um comando. Quer aperte a manete do travão da frente quer carregue no pedal do travão de trás estará a accionar ambos travões numa relação pré-definida, tal como sucede nos automóveis. É um bom sistema que supre a inexperiência, a falta de jeito ou a preguiça do condutor mas que também comporta inconvenientes. Ao contrário dos automóveis que trazem esse sistema de origem mas que têm quatro rodas, nas motos é da compensação adequada que por vezes depende o ir parar ao chão ou não.

Click para ampliarSem por em causa a excelência do sistema, a verdade é que travando sema compensação de forças adequada podemos estar a facilitar a derrapagem. Por exemplo, se em condições climatéricas adversas de chuva e vento a compensação adequada recomenda a repartição de forças de travagem de 50%-50% e o sistema está regulado para (sei lá, esclareçam-me os técnicos) para 60%-40%, não é fatal que caia mas também não é a ideal. Se pelo contrário em condições óptimas deveria aplicar uma repartição de 90%-10%, estarei a utilizar em demasia o pneu traseiro. Para além de que, por vezes e já com muita prática, é em pleno apuro que se regulará qualquer deslize do pneu (seja dianteiro seja traseiro) e tal não é possível quando manietados a uma relação de forças imposta.

Depois de uma série de ensaios daquela nossa experiência de travagem já se consegue retirar a sensação do equilíbrio óptimo na potência de travagem de cada pneu. Mas antes de irmos embora para casa vamos experimentar mais uma coisa. Vamos tentar o exacto sistema anterior, de travagem a ambas rodas numa proporção de maior pressão no travão dianteiro e menor no traseiro mas com um adicional: a redução, ou seja o auxílio do motor. Há quem defenda não dever a travagem ser efectuada com o motor e eu concordo desde que não se pretenda travar somente com ele. O esforço sobre as peças teria efeitos devastadores. Porém, como auxiliar dos travões tenho-me dado muito bem.

Assim como na aceleração devemos manter o equilíbrio subindo as velocidades (de 1ª a 5ª ou 6 ª) acompanhando a evolução da velocidade instantânea, também quando surge a necessidade de reduzir a velocidade, o motor deverá acompanhar essa redução por forma à sua capacidade de esforço estar sempre coadunada com a velocidade a que se circula. Exemplo: Circula a 90 km/h em estrada e é forçado a diminuir a velocidade, por um qualquer motivo, para 30 km/h. Se utilizar apenas os travões mas continuar com a 5ª engrenada, quando pretender desenvolver de novo velocidade verificará que o motor não está disponível para essa prestação (a não ser em certas motos). E se entretanto teve de efectuar uma curva não realizou a manobra em segurança.

A redução assegura não apenas a prontidão do motor para as novas condições de circulação como ajuda à manutenção da estabilidade (a não ser que seja uma redução brusca, de 5ª para 2ª caso em que o normal será bloquear o pneu traseiro).

Click para ampliarOra, a redução, deverá ser efectuada com um mínimo de esforço para o motor. Tal consegue-se através de uma aceleração intermédia entre cada uma das velocidades no estado de embraiado (com a embraiagem a fundo) numa sequência cadenciada. Ou seja, pretendendo reduzir a velocidade a que sigo, enquanto acciono os travões vou reduzindo as velocidades na seguinte sequência:
- embraiagem a fundo;
- pequena aceleradela enquanto estou embraiado mas ainda não accionei o pedal das mudanças;
- pedal das mudanças para baixo engrenando velocidade mais baixa;
- largar embraiagem;
- repetir passos descritos para baixar nova velocidade.

Com alguma prática o que parecerá desconexo e muito difícil sairá com a maior das naturalidades. Fundamental será dominar a relação entre a pressão constante no travão dianteiro com a aceleradela que suaviza a engrenagem da velocidade mais baixa. Acelerar dessa maneira largando o travão ou a embraiagem pode ter efeitos muito curiosos.

Jorge Macieira

Advogado, Mediador de Conflitos e motociclista

Advogado Moto-Lex Bonus Pater familias Boletim Facebook Google +

Índice
01 - Paixão e prevenção
02 - O motociclista
03 - o motociclo
04 - Atitude
05 - Concentração e percepção I
06 - Concentração e percepção II
07 - Conforto I (posição de condução)
08 - Conforto II (Frio)
09 - Conforto III (Calor)
10 - Conforto IV (Vento)
11 - Conforto V (Chuva)
12 - Visão e percepção
13 - Ver e ser visto
14 - Sinalização
15 - Visão - Perigos fixos
16 - Visão - Perigos móveis
17 - Raciocínio e prevenção
18 - Negociação (decisões, decisões...)
19 - Aceleração
20 - Travagem
21 - Travagem II (a redução)
22 - Ultrapassagem
23 - Curva
24 - 2 segundos para uma vida
25 - Condução em grupo
26 - Bagagem
27 - Velocidade
28 - Condução com pendura
29 - Acidente - que fazer ? (o próprio)
30 - Acidente - que fazer ? (os outros)
31 - Condução nocturna
32 - Condução urbana I
33 - Condução urbana II
34 - Viagem
35 - Situações de perigo
36 - Armadilhas urbanas
37 - As motos também se deitam (e levantam)
38 - O furo da minha vida
39 - Prendam essa moto
40 - As mais estúpidas idas ao tapete
 
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