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21-06-2002 - Noticia
Segurança 09 - Conforto III (Calor)
Click para ampliarO que foi dito a propósito do frio é igualmente aplicável ao calor, de forma inversa. Ao invés de combatermos a perda de calor do nosso corpo, ao enfrentarmos a estrada num dia de verdadeira brasa (imaginem um Lisboa – Madrid – Andorra durante o dia em Agosto) o que teremos de combater é a acumulação de calor e o sobreaquecimento dos orgãos internos e sistema nervoso.

Click para ampliarA tentação é pensar que é fácil, que basta ir tirando roupa à medida que a canícula avança. Primeiro é o blusão, depois a camisola e fica-se em T-shirt, depois as calças substituídas por calções. As luvas deixam de ser completas e passam a não ter dedos. Tudo em nome da frescura, certo? Pois, errado!!! Sujeitar a pele ao contacto directo com o sol e o ar quente (mais quente que a nossa temperatura corporal) só provocará uma mais rápida evaporação da humidade do corpo e a rápida desidratação. Vejamos de novo como o sistema funciona. À acumulação de calor no corpo responde este com um sistema de refrigeração que consiste na colocação de água (a transpiração) na camada exterior (a pele) transferindo o calor do corpo para o exterior por dissipação.

Ao contrário dos sistemas de ar condicionado de nossas casas e escritórios a água não circula num circuito fechado. Ao atingir a pele evapora-se e torna-se necessário repô-la por ingestão. Daí que, ao mantermos a humidade da pele estamos a atrasar o processo de evaporação e a dar ao sistema mais tempo. Pelo mesmo princípio que leva o ar a deslocar-se das zonas mais quentes para as mais frias também o calor se dissipa das áreas de calor para as de frio. Se a temperatura ambiente é superior à do corpo e expusermos a pele directamente à acção do sol e ao calor a evaporação é mais exponencialmente rápida ao mesmo tempo que a influência de certas radiações solares provocam o efeito contrário, passando o corpo a acumular calor em vez de o dissipar. Os resultados podem ser catastróficos podendo mesmo resultar na morte. Com o acumular do calor o sistema entra em crise e as funções, tal como no frio, começam a ser desligadas. E, não esqueçam, a cabeça é um periférico, para este efeito.

Click para ampliarA vasodilatação resultante da acumulação do calor provoca quedas de tensão arterial que podem ser elevadas, a capacidade de raciocínio começa por ficar afectada até ao ponto da própria consciência estar em risco. E, meninos e meninas, a insolação é um risco real e deve ser tomado a sério. Não desdenhamos da tolice dos turistas de compleição nórdica que por ignorância teimam em estar na praia nas piores horas até a pele, outrora branca leitosa se quedar enrubescida em tonalidade lagosta? Pois a agressão dos elementos ao nosso corpo quando viajamos em mota é tal que nos permite estabelecer um paralelismo perfeito.

Daí que se torna necessário adoptar uma sábia experiência alentejana. Quanto mais calor está, mais me visto. Não é caso de por a samarra ou o capote mas nada de pele à vista. A melhor protecção volta a ser o cabedal. É claro que não estaremos fresquinhos mas sempre estaremos melhor que em exposição directa aos elementos. O truque é controlar com rigor o nível de água no corpo bebendo as quantidades de água necessárias e proteger o corpo todo, não esquecendo a área critica do pescoço da forma mais fresca possível. Se para o frio o envolvíamos numa coleira de tecido térmico, agora será em tecido de algodão encharcado em água ou mesmo, para os que comprem ou fabriquem o artefacto, numa gola de tecido com pequenas bolsas incorporadas que podem conter saquinhos de água congelada. Pois não dispõem os computadores de ventoinhas para arrefecimento do processador? Trata-se do mesmo princípio. A cabeça tem de se manter fria. Toda esta água (a que bebemos e a que escorre da coleira) em evaporação, transferirá o calor do corpo para a atmosfera. Aprender reconhecer os sinais do nosso corpo em relação às suas necessidades de água é de vital importância. Se considerarem necessário molhar a T-shirt que trazem vestida pois, força.

Click para ampliarAs paragens são importantes para ingestão de água e toda a possível dissipação do calor. Ambientes climatizados são ideais para este fim, desde que tomadas as precauções de evitar os choques térmicos aquando do reinicio da jornada. Parem a mota numa sombra, se a houver, e deambulem, agora sim sem os cabedais, pela sala ou à volta da árvore mais frondosa. Ingiram suficiente água e descansem um pouco. Se for possível adoptar a técnica espanhola de não sair nas horas de maior aperto mas apenas mais pela fresca, melhor.

Jorge Macieira

Advogado, Mediador de Conflitos e motociclista

Advogado Moto-Lex Bonus Pater familias Boletim Facebook Google +

Índice
01 - Paixão e prevenção
02 - O motociclista
03 - o motociclo
04 - Atitude
05 - Concentração e percepção I
06 - Concentração e percepção II
07 - Conforto I (posição de condução)
08 - Conforto II (Frio)
09 - Conforto III (Calor)
10 - Conforto IV (Vento)
11 - Conforto V (Chuva)
12 - Visão e percepção
13 - Ver e ser visto
14 - Sinalização
15 - Visão - Perigos fixos
16 - Visão - Perigos móveis
17 - Raciocínio e prevenção
18 - Negociação (decisões, decisões...)
19 - Aceleração
20 - Travagem
21 - Travagem II (a redução)
22 - Ultrapassagem
23 - Curva
24 - 2 segundos para uma vida
25 - Condução em grupo
26 - Bagagem
27 - Velocidade
28 - Condução com pendura
29 - Acidente - que fazer ? (o próprio)
30 - Acidente - que fazer ? (os outros)
31 - Condução nocturna
32 - Condução urbana I
33 - Condução urbana II
34 - Viagem
35 - Situações de perigo
36 - Armadilhas urbanas
37 - As motos também se deitam (e levantam)
38 - O furo da minha vida
39 - Prendam essa moto
40 - As mais estúpidas idas ao tapete
 
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