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09-08-2002 -
Noticia |
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Segurança 22 -
Ultrapassagem |
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Esta não será a mais
difícil de todas as manobras, mas porque
ultrapassar, por definição implica a passagem
para a frente de um veículo que se desloca no
mesmo sentido que nós, porque envolve outros,
constitui certamente uma das mais
perigosas.
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Desde logo
seguimos na realização daquele processo
cognitivo e voluntário de visão, apreensão,
raciocínio, execução. Para tal temos de estar
logo à partida bem posicionados. Se em relação á
maioria dos automóveis a nossa postura é
favorável, porque superior, em relação a outro
tipo de veículos essa superioridade não só não
existe como se dá precisamente o fenómeno
contrário. É o caso dos Jipes, carrinhas de
caixa alta, pesados de passageiros e
mercadorias.
Fácil ou menos
fácil, a nossa posição na estrada tem de ser a
mais eficaz, em primeiro lugar na recolha da
informação. Especialmente quando um veículo
grande está envolvido temos de nos posicionar de
forma a abarcarmos um largo campo de visão para
a frente desse veículo já que necessitamos
saber: - quantos mais veículos seguem à
frente dele - para calcularmos quantos poderemos
ultrapassar, valorar a necessidade e
conveniência de ultrapassar em face das diversas
condições de circulação; - a que distâncias
seguem uns dos outros – por forma a calcularmos
e antevermos que escapatórias se nos oferecem;
- quais as suas intenções – se algum
pretender virar à esquerda ou à direita afectará
não apenas o nosso comportamento mas também o
dos outros ( aqueles desvios bruscos que os
automobilistas tantas vezes dão sem se
aperceberem de que estamos ali ) e
consequentemente, de novo, o nosso
comportamento; - qual o traçado da via – não
apenas pela ilegalidade mas pela absoluta falta
de segurança não devemos empreender uma
ultrapassagem nas vizinhanças de alguns
acidentes de traçado como as curvas, as lombas,
os cruzamentos, as passagens de nível; -
qual o estado da via – um buraco e que enfiemos
todo o pneu dianteiro não é o melhor piso para
encontrar durante uma ultrapassagem; -
aproximação de outros veículos em sentido
contrário – o perigo de colisão frontal, nestas
situações, é muito grande, pois requer um
cálculo de velocidades e de espaços muito
complexo, não ao alcance de todos em todos os
momentos. Por erro de cálculo, morre muita
gente.
Este
posicionamento tanto pode querer dizer à
esquerda como à direita da faixa de rodagem,
conforme os ângulos de visão que sejam
requeridos, ou mesmo ambos, se bem que queira
sempre dizer dentro do nosso sentido da faixa de
rodagem.
De posse das informações
visuais, daremos conta da nossa intenção aos
demais utentes da via pública (e
certificar-nos-emos de que tomaram da
sinalização a devida nota) adoptaremos uma
postura de defesa da manobra que pretendemos
realizar. Tomaremos todas as precauções no
sentido de antecipar toda a manobra e de
averiguar se ela é possível em segurança. E
quando estiverem reunidas todas as condições,
empreenderemos a manobra que realizaremos no
mais curto espaço de tempo possível, retomando a
nossa mão ou via (conforme o caso) rapidamente.
Em descrição literária parece algo para demorar
umas duas horas mas na prática alguns segundos
poderão bastar, tudo depende das condições e do
nosso raciocínio.
Jorge
Macieira
Advogado, Mediador de Conflitos e motociclista
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